Hoje aqui estou para agradecer aos que me oferecem este espaço para registar minhas opiniões e ideias. Dou inicio da minha autobiografia.
Nasci em Malpica do Tejo, Concelho e Distrito de Castelo Branco, a 12 de Fevereiro de 1933, na Rua da Mina, no antigo Posto da Guarda .Nacional República. Meu pai , António Barata, era o chefe do referido Posto, e minha mãe, Candida da Costa Barata, era doméstica, mãe de oito filhos, a minha pessoa era o oitavo. Dá para entender que nasci num lar com algumas dificuldades.
Meu pai ao reformar-se da Guarda Nacional Republicana, viera com a família, para o Ribatejo, por pouco tempo no sitio Verdelha de Baixo, perto de Alverca do Ribatejo, e depois, para a Povoa de Santa Iria, Empregando-se nas obras de construção e depois, como porteiro na Sóda Povoa . Para conseguir mais algum dinheiro, afim de sustentar uma família tão grande, vendia Lotaria da Santa Casa da Misericórdia .
Minha família fixou residência, primeiro nuns armazéns junto ao Tejo e depois numa casa, que hoje já não existe, também junto ao Tejo. Isto entre 1936 a 1937 ou 1938. Nossa casa foi inundada em virtude de ciclónico, e por causa disso fomos desalojados para casa de uma tia materna, Olívia da Costa Pereira, boa amiga da nossa família.
Estamos em 1938, já éramos onze pessoas, meus pais e nove filhos.Mesmo defronte da residências de minha tia Olivia , situada na Rua da República, 86 R/C, na Póvoa de Santa Iria. Como se deve pensar, não havia quartos e camas para tantas pessoa, e recordo a primeira interrogação que fiz à minha tia, por ela todas as noites, ia à entrada do quarto em que eu outros irmãos, dormíamos em cima de umas mantas, incensar o quarto com o fumo do alecrim queimado, a minha pergunta foi esta: O tia, qual é a razão por que faz isto todas as noites? Sua resposta não se fez esperar: Olha, filho, se estiverem espíritos maus no quarto, saem, e se não estiverem, não entram. Em minha disquete mental, registou que existem espíritos maus.
Chegou a altura da Instrução Primária, que só fiz o 2º ano, pois meu pai tirou-me da Escola, e durante anos, de 1942 a 1950, foi o que fiz na vida. Andava de terra em terra, por vezes à boleia, mas mais do que uma vez, pessoas me deram dormida, por não conseguir boleia.
O ano de 1950 ficou registado por duas experiências, a primeira foi vivida num restaurante em Vila Franca de Xira, no qual estavam a almoçar o Sr. António Simões, e o Sr. António Freitas, superiores da Companhia Previdente, não a de Seguros, mas pregos, parafusos, etc. Sua sede era no Largo do Conde Barão, em Lisboa. Ofereci a lotaria a ambos, e eles perguntaram-me, o jovem não deseja um emprego diferente do que tem ? Respondi, meu pai não sei se o permite.Dei o contacto de meu pai e alguém da sua parte, foram falar com ele e por fim lá autorizou.
De fins de 1959 a 1959, trabalheis nos Armazéns da Companhia, na Rua da Boa Vista , em Lisboa.
Mas como tinha passar documentos e como eu não sabia fazer bem tal
escrita, o Sr. António Freitas, autorizou-me a usar o seu gabinete, na
sua ausência, para exercitar a escrita.
Autorizou de má vontade, e no entreva-lo da indecisão de meu pai e as pessoas da Previdente, como ele não autorizava, resolvi fugir de casa, com a ideia de arranjar um emprego.
A pé da Povoa de Santa Iria, até à Azambuja, e uma família deu-me um espaço para dormir. Na manhã seguinte, mais uma caminhada até ao Cartaxo e depois até Santarém. Fui a um Restaurante para pedir emprego, o dono, olhou para mim e viu que estava com fome. Deu-me comer, e disse venha cá amanha para falar-mos. Andava de um lado para o outros a ver onde dormir, e uns senhores que estavam à porta de um café, já fechado, que me perguntaram, que anda a fazer aqui a estas horas? Eu respondi-lhes: Ando à procura onde dormir. Na mesma Rua, eles apontaram-me uma luz, e vá lá que eles Arranjam-lhe dormida. Fui lá, era o Posta da Policia Segurança Pública. Fiquei lá uns dias, até me mandaram para o Posto da Guarda Nacional República, de Vila Franca de Xira, onde meu pai me veio buscar.
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